Uma pergunta habitual acerca do Holocausto é: Como foi possível a discriminação e o posterior extermínio sistemático dos judeus europeus no seio de uma sociedade culta e desenvolvida como a alemã?
Neste estudo pioneiro, George L. Mosse explica-o, traçando o percurso intelectual e popular do racismo e do antissemitismo na cultura europeia. Longe de ser uma aberração marginal e passageira, ou uma criação de Hitler e dos seus seguidores, a moderna cultura racista, com origens no Iluminismo, apropriou-se com êxito de todas as ideias e movimentos importantes dos séculos XIX e XX, incluindo a ciência, o gosto estético, a moral da classe média e o nacionalismo, e teve uma enorme influência não apenas na Alemanha, mas também em países como a França e o Reino Unido.
Perante a incerteza gerada pela modernidade e pelo pluralismo, o racismo concedia a cada indivíduo o seu lugar no Mundo, ordenando-o e tornando-o inteligível. Quando um movimento político de massas moderno como o nazismo se apoderou do controlo do Estado alemão, num país abalado pela Primeira Guerra Mundial e a instabilidade, a tradição racista conseguiu reunir e impor as condições para a Solução Final.