«Jorge, ou é internado ou morre.» O aviso chegou através de um fax manuscrito. Era a derradeira tentativa de Helena Boquinhas, médica de Jorge Coelho, para o resgatar da escuridão do quarto de sua casa, o seu refúgio enquanto tratava um cancro que o devastou física e psicologicamente. Estava com uma depressão profunda. A violência das sessões de quimioterapia e radioterapia a que se submetia era avassaladora. E só com a ajuda da sua mulher Cecília e da filha Maria João conseguiu atravessar o calvário do cancro. Quando soube que estava curado, chorou. Mas até hoje permanece em alerta.