«Francisco é o homem da paz, o homem que ama e protege a Criação… Como gostaria de uma Igreja pobre e para os pobres!»
«O Senhor nunca se cansa de perdoar: nunca! Nós é que nos cansamos de lhe pedir perdão.» Papa Francisco
A 13 de março, depois de um conclave de apenas cinco escrutínios, o mundo conheceu um novo pontífice. Jorge Mário Bergoglio. O primeiro bispo de Roma jesuíta, o primeiro latino-americano, o primeiro a escolher um nome para si, que ao longo da história, nenhum outro papa jamais se atrevera a impor a si próprio: Francisco. A profundidade do seu olhar, a forma como saudou a todos na Praça de São Pedro com um espontâneo «boa noite», o permanecer igual a si próprio, simples, preferindo a sua cruz de ferro ao ouro, recusando a murça e os sapatos vermelhos, passando por cima de protocolos oficiais e o facto de iniciar de forma firme e surpreendente um conjunto de reformas necessárias, tocaram o coração de milhões de fiéis. Na primeira e mais atual biografia do papa Francisco, o jornalista vaticanista Andrea Tornielli, que teve a oportunidade de, por diversas vezes, privar com Bergoglio, esboça a personalidade de um homem de Deus, filho de imigrantes, humilde e cordial, que fez da radicalidade evangélica e da mensagem da misericórdia os pilares da sua ação pastoral, num país como a Argentina, atormentado por desequilíbrios sociais e económicos. No relato de uma vida, das suas palavras e das ideias, dos testemunhos e das recordações pessoais do papa Francisco, emergem as chaves para a compreensão da novidade de um pastor capaz de encarnar as necessidades de renovação desde há muito presentes na Igreja universal. Numa entrevista muito recente concedida a Tornielli, o cardeal Bergoglio apontara a autorreferencialidade, a vaidade e o carreirismo como os males mais graves da Igreja. O início do seu pontificado faz-nos pressagiar um novo caminho, o de uma Igreja missionária e próxima das pessoas. Uma missão que une o papa, o clero e o povo de Deus: fazendo dele o papa de todos nós.